terça-feira, 21 de abril de 2009

A HISTÓRIA DO MALABARISMO

Comprovadamente, a primeira vez que realmente se teve notícia do malabares foi na tumba do faraó Beni-Hassan, no antigo Egito, há cerca de 4000 anos atrás. Nela foram encontrados desenhos de egípcios jogando bolinhas ao ar. O mais impressionante é que um deles possuía os braços cruzados, como se estivesse fazendo o mills mess. Por muito tempo não foi mais encontrado nenhum registro sobre o malabares. Alguns pesquisadores defendem que durante esse tempo o malabares era praticado por “vagabundos” e alguns ciganos que mesclavam esta arte com acrobacia, pantomima, dança e música a fim de angariar algumas moedas para sua sobrevivência. Os países asiáticos, mais especificamente a China, também mantiveram a chama do malabares acesa nesse período, principalmente com o famoso devil stick. A próxima evidência concreta da existência do malabarismo surgiu na Grécia Antiga, entre os séculos IV e V a.C. Em sua arte, aparecem inúmeras figuras de malabaristas esculpidos em cerâmica. Acredita-se que nessa época o malabares era uma forma de recreação e a maioria de seus praticantes era do sexo feminino.A prática do malabares sofreu um boom durante o Império Romano, por volta do século II e III d.C.. Nesse período, os romanos desenvolveram uma série de manipulações com armas e escudos e o malabares era considerado uma excelente forma de recreação e foi amplamente divulgado pela arte romana através de esculturas e desenhos em paredes, além de várias referências em seus escritos. Um desses escritos cita Tagatus Ursus (53 -117 d.C.) como o primeiro malabarista a jogar com bolas de vidro. O malabares ainda era mesclado com outras artes, até que começam a surgir grupos como, por exemplo, o Ventilatores, que executavam números de malabares com facas e os Pilarii que jogavam malabares com bolinhas. Muitas lendas surgiram, como a do Malabarista de Notre Dame. Reza a lenda que um malabarista de rua, cansado de dias difíceis, resolveu entrar para o monastério. Um dia, sozinho na Capela, notou a tristeza no semblante da Virgem Maria e resolveu tentar animá-la fazendo alguns truques de malabares. Neste momento o Irmão Superior adentrou a Capela e ao ver a cena, enfureceu-se de tal forma, que resolveu expulsar o pobre malabarista da congregação. Ocorre que, quando olhou para a Virgem Maria, notou que a mesma sorria. Com isso, não só desistiu de expulsar o malabarista, como ordenou que todos os demais praticassem malabares na capela todos os dias. Após o declínio do Império Romano, por volta de 476 d.C., o malabares caiu em desgraça. Com o início da Idade Média, que durou do século V ao XV, os malabaristas passaram a ser mal vistos e apenas as classes mais baixas continuaram praticando como forma de recreação e por volta do século XIII, alguns malabaristas chegaram a ser acusados de heresia e bruxaria pela Inquisição. Mesmo assim, durante essa época, inúmeras pinturas religiosas e ilustrações bíblicas apresentavam malabaristas. Aliás, a partir do fim da Idade Média (1453), o malabares passou a ser muito vinculado a cultos e cerimônias religiosas. Nesse período foram encontrados muitos documentos que comprovavam que os Astecas eram excelentes antipodistas (malabarismo com as pernas) e que os índios americanos eram exímios malabaristas. Até os dias de hoje, em algumas tribos, o malabares é praticado apenas pelo shaman. Entre 1400 e 1500 algumas claras referências sobre o malabares aparecem na nossa história. O poeta Pierre de Gringoire (1475 - 1538) desenvolveu a obra King of Jugglers (Rei dos Malabaristas) e em 1528 o imperador de Hindustan, descreve em seu diário um grupo de pessoas que faziam malabares com argolas de madeira. A partir de então, o malabares saiu dos guetos e firmou-se em toda a sociedade. Por volta de 1680 o Conselho da cidade de Nuremberg, na Alemanha, desenvolveu um projeto com um grupo denominado Ball-Master que não só demonstrava as suas habilidades, mas também ensinava aos jovens a arte do malabares e da corda bamba. Muitos artistas foram formados por este projeto. No começo do séc. XIX, o malabares começou a desenvolver-se cada vez mais e o Circo passou a ser a forma mais popular de entretenimento. O Circo, que no princípio possuía números apenas com cavalos, passou a buscar outras atrações e encontrou nos saltimbancos, que se apresentavam em praças com o malabares e outras artes, uma grande atração. Ao longo da história, surgiram muitos malabaristas que desenvolveram e multiplicaram suas técnicas e contribuíram para que esta arte chegasse ao patamar que se encontra hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário